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A polêmica entre Érico Veríssimo e o Jesuíta Leonardo Fritzen

06 de maio de 2025

     A Academia Rio-Grandense de Letras instituiu 2025 o ANO ÉRICO VERÍSSIMO e dezenas de atividades culturais têm sido realizadas por diversas entidades afins no estado gaúcho. Bibliotecas, escolas, universidades, academias de Letras associaram-se através de estudos e palestras em torno da vida e obra do grande escritor gaúcho e brasileiro.

     É o caso do acadêmico Luiz Osvaldo Leite, o qual proferiu palestra sobre um fato inusitado na vida de Érico, tendo como título “Uma polêmica entre Érico Veríssimo e o Jesuíta Leonardo Fritzen.” Um assunto singularíssimo e desconhecido para a grande maioria leitora da obra de Érico.

     O evento, que faz parte do Projeto QUINTA às 5, ocorreu dia 24 do recente mês de abril, na sede da ARL, rua dos Andradas, 1234, 10º andar, na capital porto-alegrense. A palestra pode ser assistida pelo canal no Facebook: https://www.facebook.com/100080052577695/videos/582261294246867

     Igualmente a ARL tem em seus arquivos a gravação do encontro para disponibilizar aos interessados.

     Após a explanação houve interessante troca de conceitos e informações, entre o público e o palestrante, uma vez que a contenda aconteceu na década de 1940.

     Destaquemos maiores informações sobre o embate em um artigo assinado por Lorena Madruga Monteiro, intitulado “O RESTO NÃO É SILÊNCIO: POLÊMICA E POLARIZAÇÃO DO CAMPO INTELECTUAL EM PORTO ALEGRE NOS ANOS 1940”.

A autora resume:

     “Com base nos escritos de Jean-François Sirinelli e Christophe Charle este trabalho revisa a polêmica do escritor Érico Veríssimo com o Padre Leonardo Fritzen S.J. a partir da análise dos grupos envolvidos e do conteúdo dos manifestos. Tal polêmica refere-se à queixa-crime deflagrada pelo escritor contra o padre jesuíta, após este ter publicado um artigo no qual repreendia o conteúdo da obra de Érico Veríssimo “O resto é silêncio”. Além disso, tal fato trouxe à cena pública a intelectualidade gaúcha em solidariedade a um ou outro dos envolvidos na questão. Desse modo, argumenta-se nesse artigo, a partir da análise das bases sociais e intelectuais de ambos os grupos, que o episódio evidenciou a estrutura da esfera intelectual no período, de um lado, monopolizado pelos católicos das Congregações Marianas e, por outro, pelo grupo da Editora Globo, mais heterogêneo social e ideologicamente. Além disso, tais manifestos revelam tomadas de posição relativas ao contexto ideológico do período, especialmente em virtude da Segunda Guerra mundial”. (Fonte: https://periodicos.fclar.unesp.br/perspectivas/article/view/4833/4080)

Resumo biográfico do palestrante:
     Bacharel e licenciado em Filosofia, Luiz Osvaldo Leite também frequentou o curso de Teologia da Faculdade Cristo Rei, de São Leopoldo, que originou a Unisinos. Fez diferentes cursos de pós-graduação, entre eles o de especialização em Orientação Educacional; o Programa do Premem, concluído na Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos; e o de Filosofia, na UFRGS.

     Atuou como professor do Ensino Médio e Fundamental em diversas escolas de Porto Alegre, como Colégio Anchieta e Infante Dom Henrique. Foi professor da UFRGS durante muitos anos, e também integrou o corpo docente da PUCRS, Unisinos, Furg, Feevale e Fapa.

     Já ocupou o cargo de presidente da Ospa, diretor da Divisão de Cultura da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, diretor da editora da UFRGS, chefe de gabinete do reitor e diretor do Instituto de Psicologia da mesma universidade. Foi conselheiro do Conselho Municipal do Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural (Compahc) e membro do Conselho Estadual da Cultura, do Conselho da Ospa, do Comitê de Ética da UFRGS.

     Publicou uma centena de obras, capítulos de livros e artigos, da área de Filosofia, Educação Ética, História, Psicologia e Teologia. Em 2012, lançou a autobiografia “Octogesima adveniens: chegando aos oitenta”, hoje, com 92 anos de idade e sabedoria.

     Entre os títulos honoríficos, destacam-se: Professor Emérito da UFRGS; Medalha Cidadão de Porto Alegre; Prêmio Joaquim Felizardo, na área do Memória Cultural; Troféu Destaque UNITV; Troféu Açorianos de Música, Menção Especial; Comenda do Liceu Musical Palestrina; Comenda Santa Cecília (Ospa) e Medalha Simões Lopes Neto do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Rossyr Berny, Jornalista, Mtb 4747 - ARL
Presidente do Fórum Rio-Grandense
 das Academias de Letras

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Academia Rio-grandense de Letras

PATRONOS

CADEIRA 11

Pe. Carlos Teschauer SJ

(por Luís Alberto Cibils)

Cientista de projeção internacional, cujos, trabalhos também são estudados em Universidades. Esse nome patronímico surgiu na Antiga Academia Sul-Rio-Grandense de Letras, sendo então ocupante Tiago Mateus Würsth, nascido na Alemanha, o qual depois de ter se destacado entre nós como educador, veio a falecer em 1979. Com a unificação das Academias em 1914, a cadeira conservou-se com o mesmo patrono, número e titular.

Foi seu sucessor Antônio Carlos Machado, nascido a 27.12.1916, em Santiago. Formou-se em Direito, como...

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